Rayssa Leal é uma das principais candidatas ao ouro no skate street feminino em Paris. Medalhista de prata nas Olimpíadas de Tóquio aos 13 anos, a maranhense tem mostrado uma evolução impressionante nos últimos três anos. A brasileira cresceu, ganhou corpo e, principalmente, evoluiu sua técnica, dominando o cenário internacional da modalidade. Mas para vencer o sonhado ouro olímpico é preciso muito mais do que o aspecto físico ou técnico. Para o bom desempenho, é preciso de uma sinergia entre treinamento, psicológico e felicidade.
– O básico é treinar bastante e ter muita vontade. Mas, eu sei que na hora é muito sobre a cabeça, sabe!? Por isso eu estou me preparando para chegar lá e lembrar do meu skate feliz para tentar diminuir a pressão. Para mim, ser divertido muda tudo – explicou Rayssa.
Desde as Olimpíadas de Tóquio, Rayssa incorporou outros aspectos em sua rotina de preparação. Hoje ela conta com fisioterapeuta, preparador físico, psicóloga entre outros profissionais. A saúde mental, por exemplo, passou a ganhar um espaço fundamental na vida da skatista.
– Tudo foi muito novo, depois da Olimpíada foi um boom. Então comecei a fazer terapia, e isso vem me ajudando muito a me entender. A gente vai amadurecendo, entendendo melhor as coisas. É muito bom ter uma profissional me ajudando – contou Rayssa.
A idade e maturidade também fazem a diferença na hora de competir nos Jogos Olímpicos. Comentarista de skate do Grupo Globo, Geninho Amaral explica como o tempo possibilita novas manobras.
– O corrimão, que era gigantesco quando ela tinha 12 anos, agora vai estar mais fácil pela força, pela concentração, pela técnica desenvolvida nesse tempo. Então acho que também é muito importante esse desenvolvimento da parte corporal porque facilita para algumas manobras e para andar de skate – disse Geninho.
Todas as mudanças no corpo de uma atleta exigem que haja uma readaptação em hábitos e habilidades. Rayssa Leal ainda é uma adolescente. Hoje com 16 anos, ela tem um corpo muito diferente do que tinha em Tóquio, em 2021. Em três anos, Rayssa cresceu 10 cm, ganhou 12 kg e viu seu corpo ganhar formas de mulher. Em 2021, por exemplo, ela usava tênis tamanho 33, e hoje já usa 35.
– Foram 3 anos de Tóquio para cá, não tem como o corpo não mudar. Agora estou com 16 anos, passei pela fase de crescimento… Com certeza influencia como ando hoje. Tenho me preparado fisicamente para me adaptar às mudanças… Às vezes parece que tenho que aprender de novo algumas coisas, sabe? – explicou Rayssa ao ge.
A expectativa para Paris
Uma das favoritas para o ouro em Paris, Rayssa promete brilhar na pista construída na Place de La Concorde, no centro da capital francesa. Ela hoje é a terceira melhor skatista do mundo pelo ranking da World Skate, a federação internacional da modalidade. Mas vale ressaltar que, ao contrário das duas japonesas que estão à sua frente, a maranhense garantiu a vaga olímpica antecipadamente e não foi ao último Pré-Olímpico, que ainda contava pontos para o ranking mundial.
O comentarista Geninho Amaral acredita que as japonesas Coco Yoshizawa, Funa Nakayama e Liz Akama serão as maiores adversárias de Rayssa nos Jogos. Destaque também para a australiana Chloe Covell, de apenas 14 anos. Mas, para Geninho, sonhar com um ouro de Rayssa é algo bem possível.